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PALÁCIO DA JUSTIÇA DE PERNAMBUCO

O Palácio da Justiça foi construído entre os anos de 1924 e 1930, com projeto do arquiteto grego Giacomo Palumbo (1891-1966). De gosto eclético (renascença), tombado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE, o edifício é considerado a última obra pública de “estilo”, anterior ao movimento moderno, construído na cidade do Recife.

Possui sistema construtivo caracterizado pelo uso de alvenaria de pedra (no embasamento), tijolos maciços, lajes e vigas de concreto armado e elementos decorativos em alto-relevo executados em estucaria – técnica onde utilizam-se formas e moldes para execução de ornatos - cujos trabalhos, no período da construção, ficaram a cargo da Companhia Betenfeld do Rio de Janeiro. Nos ambientes internos, tais elementos são confeccionados em gesso empregando-se fibras vegetais e ferro como materiais estruturadores dos ornatos aplicados e apenas gesso nos ornatos integrados que, por sua vez, fixam-se nas lajes de concreto armado. Seu interior, coerente na decoração com a linguagem estilística adotada, é sublinhado no ambiente do Salão Nobre, que juntamente com a escadaria, Hall, Salão do Júri, Sala de Conferências e Superior Tribunal receberam decoração bastante rica e erudita.

O Salão Nobre, destaque do conjunto, é decorado com motivos clássicos, onde predominam o dourado e as cores bege e branco. Apresenta nas paredes, teto, pilastras, consoles, frisos, capitéis, cartelas e guirlandas, douramento folheado em ouro, de excelente qualidade e aplicado em abundância. O piso em “Parquet”, com peças em peroba do campo, imbuia e jacarandá, dispostas diagonalmente em escamas, é valorizado pela faixa de roda decorada com “Gregas”. Nas paredes laterais destaca-se o conjunto de escultura confeccionado em argamassa que projeta-se daquele plano, por sobre a cimalha, conferindo suntuosidade à composição. As bases e capitéis das pilastras, assim como o emolduramento das esquadrias e rodapés são talhados na madeira e, como adereços, fixados às paredes.

O mobiliário do Salão Nobre, em estilo francês (Luiz XVI), foi projetado pelo arquiteto M. Noziéres e executado pelas Casas Leandro Martins e Carlos Laubirsch & Hirth, ambas do Rio de Janeiro, sendo esta a responsável pelos móveis do Salão Nobre cuja execução foi posterior à data da inauguração (07/09/1930). O conjunto, confeccionado em imbuia, decorado com folhas de ouro e pátina dourada, apresenta nas reentrâncias e saliências dos entalhes, magistral jogo de claro-escuro, proporcionado pela utilização desses materiais. Composto por 01 mesa, 02 aparadores, 04 mesas de apoio, 02 marquesões, 04 tocheiros, 02 luminárias (ânforas), 06 arandelas e 14 cadeiras; estas com estofados de revestimento em veludo não mais original.

Por fim, os lustres, em número de três, situam-se no centro das molduras do teto, com braços de latão dourado, cuja disposição da montagem encerra-se em forma cônica. Tais braços, onde fixam-se às lâmpadas, em formato de castiçais, sustentam pingentes em cristal de “Baccarat” que, no refletir da luz, conferem a magia do brilho sobre o dourado dos relevos.

A empresa vem realizando, desde o ano de 1995, através de contratos específicos, com respectivas anotações de responsabilidade técnica, obras de conservação e restauração, a saber:

  • • 1995 - serviços de requalificação do mobiliário e conservação da Sala do Pleno;
  • • 2002 - conservação das fachadas, esquadrias e passagem dos dutos do novo sistema de ar condicionado;
  • • 2003 - restauração e conservação das Salas das Sessões Cível e Criminal;
  • • 2003/2004 - restauração do Salão Nobre, inclusive bens móveis e integrados;
  • • 2006 - conservação e restauração dos forros do Salão do Pleno, inclusive cobertura;
  • • 2013/2014 - complementação do mobiliário dos desembargadores da Sala do Pleno.